quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O mito da eterna beleza



  A gravidez humana dura 280 dias ou para mais ou para menos. A medicina prefere contá-la por semanas. Assim da fertilização à concepção o tempo transcorrido  é de 40 semanas. A vida pode ser dividida em fases, criança, adolescente e adultos. Há aqueles que nunca crescem, o que podemos chamá-los de adultecentes ou instáveis emocionalmente; da mesma forma crianças e adolescentes, que aborrecem os pais, com suas peraltices levadas às ultimas conseqüências. Mas não se pode desertar de  projetos concretos   como nascer, crescer e perecer. Numa simbiose com as plantas, os humanos nascem, crescem, formam flores e o esplendor de sua beleza vai se esmaecendo com o passar do tempo. Este tempo, que é uma ideia de espaço  é contado em dias, meses e anos e ao fim desintegra-se como escultura de areia na praia. As ondas roubam-lhes aos poucos as feições e arrastam os pequenos grãos para a amplidão dos mares.

Embalado para consumo
Imersão
Nada é para sempre. A vastidão que nos acercam, no íntimo nos assombram, criando em nós a "crise de identidade." Não há como sepultar as nossas neuras quando o inconsciente diverge de nossas passadas cambaleantes. Como não duramos para sempre e nosso último caminhar, é uma  estrada incerta é melhor apostar em viver bem e melhor. A nossa vida é um constante investimento tanto no campo físico, moral e estético. O que semearmos hoje é o que colheremos amanhã, ou seja,  cuidamos hoje para prolongarmos a vida e a beleza exterior. As opções são mínimas quando se levou ainda na juventude uma vida desregrada, já que o processo de desembelezamento  é a desintegração do "eu" exterior através de um mecanismo de recrudescimento biológico; é a partitura  um papel corroído pelo tempo que se foi. com isso perde-se a musicalidade interior.

A incrível história de Benjamin Button
 Assim como os produtos de supermercado nós temos um prazo de validade. E este prazo é curto para os nossos projetos. Alguém já me contou que a vida é do tipo "quando eu podia, não tinha dinheiro", hoje "eu tenho dinheiro e não posso". A citação, nem tanto filosófica é para ser aplicada no campo da vida sentimental, mormente sexual. Por ora, as pesquisas estão estudando a Criogenia que é o congelamento de corpos a baixas temperaturas para que sejam ressuscitados um dia. Quando o paciente é declarado morto, os médicos tentam evitar a deterioração do corpo: medicamentos são injetados e máquinas mantêm a circulação do sangue e a oxigenação. Por fim, o corpo é acondicionado em nitrogênio líquido até que um dia (talvez) possa retomar a vida.  (fonte: Mundo Estranho, editora Abril).

No cinema, sempre o cinema! há algo parecido nas telas. Mel Gibson, no papel de piloto de testes, no filme Eternamente Jovem fica desnorteado quando a mulher que amava e pretendia se casar  é atropelada e entra  em coma irreversível. Isso o levou a ser voluntário de uma experimentação criogênica que o deixaria por um ano em estado de animação suspensa. O projeto foi esquecido e o personagem permanece por  50 anos numa câmara criogênica. 

Helena

Larissa



 Depois de tanto tempo ele é despertado acidentalmente por um garoto. Daí em diante o thriller mostra as injunções de viver fora de seu tempo. É bom assisti-lo. Em outra pegada, Brad Pit e Cate Blanchelett    no filme "A incrível história de Benjamin Button" reconta a estória da  vida  de uma forma que todos nós a imaginávamos: Nascer velhos e morrermos novos. 



É interessante, chocante e triste. É uma produção que merece ser vista. De um ângulo diferente a possibilidade de uma análise superficial da vida pode ser decantada pela beleza das "shapes" Helena e Larissa, desenhadas pelo pincel biológico. A partir do momento que se amadurece, a simpatia pode até permanecer, mas o fórceps do processo de envelhecimento é retardado  pelos insumos da indústria cosmética, mas o mito da eterna beleza é uma nuvem que no bailado do vento se esvai.

Um comentário:

  1. "Helena"... Eu conheço essa garota, só que bem loira... Fucou ótima a matéria, bjos Dudu...

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