sábado, 1 de outubro de 2011

Black Dress





  Os acordes suaves arrancados das cordas do violino com o plano de fundo laureado pelos pássaros e o bramido do mar não se confundem com a moça de preto. As luvas longas e black com o vestido preto, sustentado por duas alças sutis  são aos olhos da alma uma sinfonia perfeita. Já disseram que a vida imita a arte. A imagem é perfeita para se falar de sentimentos que nem o tempo apaga na sua composição inexorável. Mudando de focagem, a peça que veste a escultura é o pretinho básico que faz mágicas num corpo feminino.  Ele arranca acordes plangentes como as do Concerto para Violino em Mi maior de Tchaikovsky. Tanto num corpo bem desenhado,  como num esboço em lápis crayon, ele nunca deixará você  perder a pose. O pretinho básico mais naked afina a silhueta e ameniza o desenho corporal. Nas mulheres mignons alonga o corpo, além de ficar muito bem num salto alto,  compondo um estilo clássico que pode ser amenizado com um toque romântico à base de poucos acessórios.
"Segundo os historiadores da moda, foi Coco Chanel quem inventou o pretinho básico. No ano de 1926, a revista Vogue publicou um croqui de Chanel: um vestido muito simples, reto, comprimento um pouco abaixo do joelho, todo preto e com detalhes preto e branco nos punhos. O editor da revista ousou escrever uma espécie de profecia: "Vai se tornar o uniforme de toda mulher de bom gosto". Começava a revolução na moda promovida por Mademoiselle Chanel. Ela costumava dizer que "simplicidade é a chave da elegância", e assim reduziu de 20 para sete metros a quantidade de tecido para se confeccionar um vestido.
Até então, a cor preta, que era exclusiva dos velórios e festas de gala, passou a vestir as mulheres em todos os momentos que exigem elegância e bom gosto. A própria estilista usou e abusou da cor sempre acompanhada pelo seu inseparável colar de pérolas. Primeiro, os modelos entraram nos guarda-roupas das famosas como Wallis Simpson, a duquesa de Windsor.
Jacqueline Kennedy
A novidade ficou restrita às famosas até mais ou menos 1947, quando Christian Dior popularizou a idéia de Chanel criando um vestido preto com golas brancas, usado com estola de pele, luvas brancas e colar de pérolas. O estilo se tornou o "uniforme" das elegantes nos anos 50. Virou sucesso absoluto. No entanto, na década de 60, o preto entraria de vez para a história da moda. Foi quando Givenchy promoveu uma releitura
do estilo criando um modelo exclusivo usado por Audrey Hepburn no filme Bonequinha de Luxo. O sucesso foi tamanho que o modelo é copiado até hoje." (apud Limara Lis) O vestido ficou famosíssimo depois que ele foi adotado pelas divas do cinema e as grã-finas da época. Ele nunca vulgariza porque é uma veste que impõe respeito e dignidade. Os salões parisienses, as festas oficiais e as cerimônias mais formais que exigem requintes vai sempre ter uma estrela envergando um black dress. Não importa se você vai  de colar de pérolas brancas com três voltas; menos ainda que suas mãos estejam na calçada da fama de hollywoody. Ele tem a magia de deixar a mulher mais linda, sensual e desejada. É o que importa.


Chanel: "jamais conheci o fracasso"

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