domingo, 15 de janeiro de 2012

O MISTICISMO DA COR PRETA

Corvos
A cor preta ou negra na paleta de cores é definida como a mistura de todas as cores. É aquela que absorve todos os raios luminosos, não refletindo nenhum e nesse passo, aparece como desprovida de clareza. Na cultura ocidental, o nosso caso por exemplo, está associada à morte, trevas e ao mal. Nos filmes europeu e americano, o bandido quase sempre se identifica pela indumentária negra. O diretor de fotografia de um filme busca sempre o melhor ângulo em meia luz; nos filmes de suspense em cenas noturnas o fundo é sem luz sempre com a sombra em perspectiva, o que nos causam arrepios. Mas o mau agouro está refletido na ave conhecida como corvo. Seu aspecto negro, soturno,  somado a seu hábito de alimentar-se tanto de carnes putrefatas como de sementes, além de espreitar sua vítima, solta um grasnado horripilante. A literatura o consagrou como a ave da morte. O escritor francês Edgar Allan Poe, escreveu O Corvo, identificando na ave a trajetória do mal.

"Mas o corvo novamente fez-me a dor sorrir contente
E sentei-me de frente a ele, olhando o busto em meus umbrais
E enterrado no veludo somei sonhos quieto e mudo
Pra entender, ligando tudo, o que dos dias ancestrais
Quis tal magia e agra ave negra desses dias ancestrais
Ao grasnar-me "nunca mais".

Batman
Matrix
No cinema,  o diretor Alfred Hitchcock, no filme "Os Pássaros" coloca um bando de corvos como protagonistas, que ataca as pessoas com voracidade canibalesca. A cor preta também é associada ao silêncio, morte, miséria, maldade, pessimismo, tristeza, negação, dor, opressão, angústia e introspecção. Mas o preto, por sua vez tem a simbologia de sabedoria, luta, Justiça,  dentre outros. Os maçons em suas reuniões envergam ternos pretos enquanto os juízes, desembargadores e ministros dos Tribunais Superiores vestem togas pretas em sessões de julgamentos;  assim como alguns oficiais  "cruzados" vestiam túnicas pretas, com uma cruz de malta branca. O negro é utilizado tanto para libertar como para oprimir. Há mulheres iranianas que usam a burka preta (só pra lembrar,  aquela veste  feminina que parece um saco) e os terroristas do Hamas, que disseminam a morte pelo mundo.
Mas os heróis do cinema usam (quase sempre)  o preto. São sempre misteriosos, agem nas penumbras em busca de justiça. Steve Jobs, o cérebro da Apple, fez de sua T-shirt preta sua marca registrada; a banda Sepultura usa o preto; os metaleiros, idem. As tribos urbanas Emo, abreviatura de "emotional hardcore" e os skinheads também envergam roupas pretas.
Mas tanto nas artes, cinema, teatro, televisão, moda e literatura o preto tem sempre uma associação positiva ou negativa. As crendices que giram em torno do preto (que nem é cor) tem seu ponto máximo na Idade Média, considerada a "Idade das Trevas", onde religião e poder eram um mix  de lendas e superstições. No mundo fashion o preto já tem seu lugar consagrado. O recomendável  às mulheres é evitar o seu uso no dia-a-dia a não ser que seja um "dress code" ou para uma festa mais formal. E não se preocupe com as lendas em torno do preto, ele nem é cor!




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